segunda-feira, 28 de abril de 2014

Veneno de cascavel gera o mais potente analgésico

Índice
                                  
              O Instituto Butantã, órgão vinculado à Secretaria de Saúde de São Paulo, desenvolveu uma nova substância a partir do veneno de cobra cascavel, com um poder analgésico 600 vezes maior que o da morfina. A vantagem da nova droga é que ela não causa dependência física como a morfina, já que age em receptores diferentes, e será mais eficaz que os analgésicos hoje existentes para dores crônicas como as do câncer.
A ideia nascida com o fundador do instituto e pioneiro no estudo de serpentes no Brasil, Vital Brazil, somente agora pode ser colocada em prática, quando se conseguiu isolar as moléculas do veneno responsável pela analgesia. O próximo passo é a realização de testes clínicos, com apoio da Fapesp e do Consórcio Farmacêutico (Coinfar).
                    “A descoberta desta nova substância, extremamente potente e sem poder de dependência, pode modificar, de maneira única a utilização de analgésicos em pacientes”, afirma o diretor do instituto Butantã, Otávio Mercadante. A proteína do veneno da cascavel, a Enpak, responsável pelo formigamento e adormecimento do local da picada, só foi caracterizada, isolada e sintetizada 70 anos depois de ter sido usada empiricamente por Vital Brazil para aliviar as dores de pacientes com câncer.
Segundo a pesquisadora Yara Cury, do Laboratório de Fisiopatologia do Butantã, que coordena os estudos sobre a nova substância, o primeiro efeito da picada de uma cascavel é uma sensação de formigamento, seguida de adormecimento local. “Então a pergunta óbvia é: seria efeito de um componente analgésico do veneno?’, questiona a pesquisadora. ‘Procuramos registros e documentos sobre o assunto em arquivos e gavetas do instituto e descobrimos que Vital Brazil diluía o veneno e o enviava para o exterior’, contou Cury. Os médicos conhecidos de Vital Brazil utilizavam o remédio em pacientes com câncer e depois enviavam relatos que indicavam que o veneno (soluto) era muito eficiente no alívio da dor. Não havia menção à reações adversas.
Os documentos sobre o assunto remontam à década de 30 quando não havia estudos experimentais como os de hoje, daí a falta de informações mais detalhadas sobre o tratamento. ‘O que se sabia, conta Yara, é que o veneno da nossa cascavel, diferentemente de outras espécies de cascaveis, como as norte-americanas, é neurotóxico, mais parecido com o das najas indianas. Depois do soluto crotálico, desenvolvido pelo instituto, o Butantã passou a produzir o que eles chamam de ‘anaveneno’, tratado com formol, que era usado para aliviar dores reumáticas e nevralgias. Os produtos foram descontinuados na medida em que as normas de fabricação de medicamentos se tornaram mais rígidas para preservar a segurança dos tratamentos.
                A partir daí a equipe da Dra. Cury começou as pesquisas em 1991 e conseguiu caracterização farmacológica da substância analgésica contida no veneno da cascavel. A grande surpresa é que ela revelou, em uma única dose, um poder de analgesia 600 vezes maior que o da morfina, resultado que se prolonga por até cinco dias, sem efeitos colaterais. Agora o medicamento entra em testes pré-clínicos, que vão determinar sua introdução no mercado.
Fonte: FAPESP
http://www.mundodaquimica.com.br/category/noticias/

sexta-feira, 18 de abril de 2014

As 12 substâncias químicas que causam mais problemas hormonais.

Cientistas listaram compostos aos quais somos expostos no dia-a-dia que podem interferir no sistema endócrino e levar a problemas como os de fertilidade.


Uma organização americana dedicada a estudar os efeitos ambientais sobre a saúde das pessoas e animais divulgou nesta semana uma lista com as substâncias químicas que mais causam danos ao corpo por provocar alterações hormonais. Esses compostos são os chamados desreguladores endócrinos — uma vez em contato com o organismo, eles imitam a ação de hormônios naturais, alterando a ação ou a quantidade deles no corpo.
“Nós estamos rotineiramente expostos a esses desreguladores endócrinos, e isso tem um potencial de prejudicar de forma significativa a saúde dos jovens. É importante fazermos o que estiver ao nosso alcance para evitá-los”, diz Renee Sharp, diretor de pesquisa do Environmental Working Group (EWG), que elaborou a lista.
Para fazer a lista, os pesquisadores do EWG reuniram uma série de artigos científicos sobre os efeitos dessas substâncias na saúde das pessoas. Segundo os especialistas do grupo, os desreguladores endócrinos podem ser muitas vezes encontrados em alimentos, água, embalagens e produtos de consumo, como os de limpeza e cosméticos. A exposição a esses compostos já foi associada a diversos problemas, entre eles danos à fertilidade e à cognição, e um maior risco de câncer.
Entre os itens da lista do EWG, está o bisfenol A (BPA), um composto químico presente principalmente em alguns objetos de plástico e latas de alumínio. A substância vem sendo alvo de uma série de pesquisas científicas, que já encontraram uma relação entre o BPA e problemas de fertilidade, obesidade, câncer, entre outras condições. Estudos como esses fizeram com que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibisse, em setembro de 2011, a comercialização de mamadeiras com a presença do composto. 
Conheça os 12 desreguladores endócrinos mais prejudiciais à saúde:

Bisfenol A (BPA)



Essa substância está presente principalmente em embalagens de plástico feito de policarbonato e no revestimento interno de latas de alumínio, como as de refrigerante, por exemplo. Uma vez no organismo, o BPA imita a ação do estrogênio, um hormônio sexual feminino, interferindo diretamente no funcionamento de algumas glândulas endócrinas, podendo também aumentar ou diminuir a ação de vários hormônios. O bisfenol A vem sendo associado a alguns tipos de câncer, como o de mama, além de problemas de reprodução, obesidade, puberdade precoce e doenças cardíacas.
Como evitar: Preferir alimentos frescos a enlatados; evitar embalagens de plástico para alimentos e bebidas que tenham o símbolo ‘PC’, que significa policarbonato, ou cujo símbolo de reciclagem leve os números 3 ou 7, que indicam a presença do BPA.


Dioxina






A dioxina é formada a partir da combustão que acontece com uma série de processos industriais. No corpo humano, ela afeta a sinalização dos hormônios sexuais tanto nos homens quanto nas mulheres. Uma pesquisa recente mostrou que o contato dessa substância ainda no útero materno e durante os primeiros anos de vida de um homem pode afetar de forma permanente tanto a qualidade quanto a concentração de espermatozoides no sêmen.
Como evitar: Reduzir o consumo de alimentos que são mais propícios a serem contaminados pela dioxina nas indústrias. São eles peixes, carnes, leite, ovos e manteiga. Ou seja, comer menos produtos de origem animal.

Atrazina



A atrazina é um herbicida frequentemente utilizado em culturas de milho nos países do continente americano capaz de contaminar água potável. Pesquisadores descobriram que seu efeito hormonal é tão perigoso que pode até de fazer com que sapos machos passem a ovular. A substância vem sendo associada a um maior risco de tumores na mama, puberdade tardia e inflamação na próstata entre animais, mas também há evidências de que ela possa estar ligada a câncer de próstata em seres humanos.
Como evitar: Consumir mais alimentos orgânicos; comprar um filtro de água certificando-se de que ele remove a atrazina.

Ftalatos



A substância costuma ser utilizada para deixar o plástico mais maleável e pode ser encontrada em materiais como revestimento de pisos e paredes, equipamentos médicos e produtos de cuidado pessoal. Estudos já demonstraram que os ftalatos podem causar a morte precoce das células germinativas dos homens, que dão origem aos espermatozoides. Outras pesquisas também associaram o composto químico a alterações hormonais, menores quantidades e pior qualidade dos espermatozoides, distúrbios no sistema reprodutivo masculino, obesidade, diabetes e problemas de tireoide.
Como evitar: Diminuir o contato com recipientes plásticos, brinquedos e produtos de higiene pessoal que contenham ftalatos e com objetos de plástico feitos de PVC, cujos rótulos levam o número 3 no símbolo da reciclagem.

Perclorato



A substância é usada na fabricação de combustível para foguetes, mas também pode ser aplicada em fertilizantes e herbicidas, sendo capaz de contaminar a produção de alimentos e o leite. Ao entrar em contato com o corpo humano, o perclorato compete com o iodo, nutriente necessário para que a glândula da tireoide produza hormônios. Ou seja, a exposição a grandes quantidades do composto pode alterar o equilíbrio hormonal do organismo e, consequentemente, afetar a regulação do metabolismo entre adultos e também o desenvolvimento cerebral e dos órgãos de crianças.
Como evitar: Prevenir o consumo de água que contenha perclorato é possível com o uso de filtros de osmose reversa; como é praticamente impossível evitar o contato com perclorato por meio da alimentação, o ideal é que sejam consumidas quantidades ideais de iodo.

Retardador de chama químico



Estudos feitos com mulheres e diversos animais encontraram, no leite materno, um composto chamado éter de difenila polibromado (PBDE, sigla em inglês), que é um desregulado endócrino presente em retardadores de fogo tóxicos. A substância, que pode ser encontrada em produtos que vão desde materiais de construção a móveis e eletrônicos, é capaz de imitar hormônios da tireoide e, entre outros problemas de saúde, afetar de forma negativa a cognição.
Como evitar: É praticamente impossível evitar sozinho o contato com a substância – para isso, é preciso que leis ambientais sejam mais rígidas na hora de autorizar que certos produtos  sejam vendidos no mercado. Algumas medidas, porém, podem ajudar. Usar filtros HEPA para aspiradores de pó, por exemplo, pode diminuir a poeira doméstica tóxica. Além disso, na hora de comprar um novo tapete, o ideal é optar por um cujo revestimento de baixo não contenha PBDE.

Chumbo



O chumbo é capaz de prejudicar praticamente todos os órgãos do corpo e já foi associado a muitos problemas de saúde, como danos cerebrais e cognitivos, aborto espontâneo e parto prematuro, além de hipertensão. A substância também pode provocar problemas hormonais. Uma pesquisa descobriu que o composto atrapalha a sinalização hormonal que regula o stress do corpo, diminuindo a capacidade de o organismo lidar com problemas como hipertensão, depressão e ansiedade.
 Como evitar: Manter a casa limpa e conservada; não deixar tinta descascada nas paredes por muito tempo; ter um bom filtro de água; e manter uma boa alimentação, já que estudos demonstraram que crianças que seguem uma dieta saudável absorvem menos chumbo.

Arsênio



A substância tem diversas aplicações, entre elas ser conservante de madeira e couro e compor a produção de herbicidas e venenos. Consequentemente, pode contaminar alimentos e água. O arsênio, além de causa cânceres de pele, bexiga e pulmão, pode afetar o funcionamento dos hormônios, levando à perda ou ao ganho de peso, resistência à insulina ou pressão arterial alta.
Como evitar: Usar filtros de água que consigam diminuir a concentração de arsênio.

Mercúrio



O mercúrio é elemento natural, porém tóxico. Ele pode entrar em contato com o ar e com o oceano principalmente com a queima de carvão. Nos alimentos, ele pode ser encontrado em frutos do mar contaminados, por exemplo. Essa substância, em contato com mulheres grávidas, pode prejudicar o cérebro do feto. Além disso, é capaz de afetar a ação de um hormônio que regula o ciclo menstrual e ovulação, além de danificar as células produzidas pelo pâncreas, o que pode levar ao diabetes.
Como evitar: Diminuir o consumo de frutos do mar – se for para consumir o alimento, preferir salmão e truta cultivada, que são fontes de gordura saudável, mas que não têm mercúrio tóxico. 

Compostos perfluorados (PFCs)


Essas substâncias são amplamente usadas na fabricação de panelas antiaderentes e embalagens de alimentos. Testes feitos nos Estados Unidos já mostraram que 99% dos americanos apresentam o composto no organismo. A exposição à substância é associada a uma pior qualidade do espermatozoide, baixo peso do bebê ao nascer, doenças renais e da tireoide, além de hipertensão.
Como evitar? Não usar panelas antiaderentes; evitar tecidos impermeáveis ou resistentes à manchas.

Éster fosfato



A substância é frequentemente usada na produção de agrotóxicos. Ela já foi associada a danos no desenvolvimento cerebral, no comportamento e na fertilidade. Além disso, pode afetar negativamente a forma como a testosterona se comunica com as células do corpo.
Como evitar: Comprar mais produtos orgânicos.

Éter de glicol















Esse produto químico é comumente usado como solvente de tintas, produtos de limpeza e cosméticos. A União Europeia já classificou a substância como um possível fator de prejuízo à fertilidade das pessoas ou ao feto, além de um fator risco para alergias e asmas em crianças.
Como evitar: Evitar produtos que tenham na fórmula ingredientes como o 2-Butoxietanol.

FONTE: www.veja.abril.com.br

A água furiosa (experiência de química)

domingo, 13 de abril de 2014

Nomenclatura de compostos orgânicos e hidrocarbonetos parte 2




Nomenclatura de compostos orgânicos e hidrocarbonetos

Aula de Nomenclatura de compostos 
orgânicos e hidrocarbonetos.
(vídeo Youtube com Prof. Simone Morgado)


https://www.youtube.com/watch?v=97x6AecRe6s

A Química do Champagne

A Química do Champagne
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É difícil imaginar uma comemoração especial e principalmente Ano Novo sem um brinde com um espumante. Muitos se habituaram a chamar espumantes deChampagne, mas nem todos são. O Champagne é o vinho espumante feito exclusivamente na região de Champagne, na França, é necessário que o vinho respeite regras bem definidas para ter esta denominação. Fora desta região, eles são chamados de espumantes ou de outros nomes.
A Champagne Cheers!
O que é um espumante?
É nome genérico para todo vinho que passa por duas fermentações, produzindo etanol(CH3-CH2-OH) e dióxido de carbono(CO2).
Ele pode conter mais de 600 compostos químicos diferentes.

Como ocorre essas fermentações?
A primeira fermentação é a alcoólica, reação química que transforma os açúcares da uva em álcool.
A segunda acontece quando são adicionados açúcares e leveduras, da qual resulta o dióxido de carbono, que se dissolve no líquido.
Esta bebida obedece à Lei de Henry (A solubilidade de um gás dissolvido em um líquido é proporcional à pressão parcial do gás acima do líquido), ou seja, em uma garrafa fechada de champagne, o dióxido de carbono dissolvido no vinho está em equilíbrio com o gás entre a rolha e o líquido.
Ao abrir a garrafa o equilíbrio se desfaz, a pressão do gás acima do líquido diminui e a concentração do dióxido de carbono na bebida também diminui, formando as borbulhas.
Algumas dicas
- Nunca colocar espumantes no congelador, a pressão dentro da garrafa pode fazer com que ela exploda, o correto é colocar a bebida em um balde de gelo com água durante 30 a 40 minutos, para que a temperatura seja distribuída uniformemente.
Espumante
- Inclinar o copo para servir a bebida pode preservar o dobro do dióxido de carbono.
- Ao servir garrafa deve estar bem fria e não ter sido chacoalhada, ao contrário, mais gás dissolve no líquido aumentando a pressão e ao abri-la o liquido é liberado na forma de um jorro de espuma.
Atenção: Bebidas alcoólicas são proibidas para menores. Se beber, não dirija.
Feliz 2014
Por: Pedro Henrique
http://www.mundodaquimica.com.br/2012/12/a-quimica-do-champagne/

domingo, 6 de abril de 2014

Vidro mais fino do mundo tem apenas dois átomos de espessura. Descoberta acidental entrou no Livro dos Recordes e envolve silício e oxigênio


Vidro mais fino do mundo tem apenas dois átomos de espessura
Nas primeiras aulas de química na escola, você aprende que o átomo é uma das menores partículas já descobertas, e que até pouco tempo atrás ele era considerado indivisível. Levando isso em conta, a descoberta de pesquisadores da Cornell University é ainda mais incrível: eles descobriram a menor folha de vidro do mundo, composta por apenas dois átomos em espessura. Assim como várias outras descobertas, este caso foi totalmente acidental. Os cientistas, em parceria com alemães da University of Ulm, estavam no meio do processo de criação de “grafeno puro” quando notaram a presença de um estranho muco entre os compostos, provavelmente criado graças a um vazamento de arAnálises feitas posteriormente revelaram que se tratava de um vidro bidimensional e nunca descoberto antes, com a espessura formada por apenas dois átomos, oxigênio e silício. O Guinness, o Livro dos Recordes, confirmou que a descoberta é o menor vidro do mundo. Apesar de ele não possuir utilidade em curto prazo para ser usado fora dos laboratórios, a descoberta deve ajudar cientistas a estudarem a composição do vidro com maior precisão.

Fonte: http://www.tecmundo.com.br

Aplicação de Aços Inoxidáveis na Geração de Hidrogênio como Combustível

                                                        RESUMO
Os incentivos às políticas energéticas alternativas e as atuais exigências ambientais, geram a necessidade de se obter fontes de energia mais limpa, um exemplo deste tipo de energia é o gás hidrogênio. Atualmente a produção de gás hidrogênio pode ser feita por vários métodos como a reforma de hidrocarbonetos, alcoóis, eletrólise da água via células fotovoltaicas, entre outros, porém a maioria dos processos utilizam eletrodos de platina, o que eleva os custos de produção, além de se aplicar um sobrepotencial de aproximadamente 1,2 V. Pesquisas devem ser realizadas para a otimização da produção de gás hidrogênio e minimizar os gastos energéticos do processo. O objetivo deste trabalho foi a produção de gás hidrogênio utilizando eletrodos de aços inoxidáveis 304, 316 e liga de titânio, com ou sem fosfatização da superfície e com ou sem adição de compostos orgânicos no eletrólito estudado, em ácido fórmico 3 mol L-1. As técnicas empregadas foram polarização potenciodinâmica catódica e cronoamperometria. As curvas de polarização mostraram diminuição da sobretensão exigida para produção de gás hidrogênio para os aços inoxidáveis com diferentes tratamentos de superfície e/ou quando se inseriu um composto orgânico no eletrólito estudado, quando comparada a platina. Os resultados mostram que a produção de gás hidrogênio é economicamente viável em relação aos processos descritos na literatura, sendo cerca de 20 % mais eficiente o uso do aço inoxidável 304 em relação à platina, que é cerca de 20000 vezes mais cara que o aço.

Fonte:  André L. Gallina, Bianca V. Dias, Paulo Rogério P. Rodrigues
http://www.uff.br/RVQ/index.php/rvq/article/view/395